domingo, 14 de agosto de 2011

um dia que não é... como outro qualquer

o despertador tocou. eram 6:30 de uma manhã cinza de domingo. algumas gotas arriscavam cair tímida e lentamente pela janela. mas algo dizia a ela que poderia ser diferente... que poderia fazer com que aquele momento frio e triste se desfizesse. e, com este pensamento... ela levantou e partiu.

partiu para aquele mundo frio, intenso e complexo. carros, tráfego... pessoas, multidões... casas, mansões. tudo acontecendo em um sincronismo frenético e doentio que fazia com que o silêncio ecoasse dentro de seu coração tentando entender o porquê... tentando entender a razão. uma razão para tudo aquilo existir. a razão daquele segundo, a razão daquele instante, a razão de toda aquela simultaneidade. o farol abriu e ela partiu.





partiu para aquele mundo belo, intenso e complexo. cadeiras de rodas, sorrisos... pessoas, humanos... unidades de tratamento, lares. tudo acontecendo em um sincronismo celestial e abençoado. onde cada passo dado era uma conquista. onde cada sorriso dado era uma dádiva. onde cada dia vivido era uma vitória. e nesse exato momento... ela entregou-se, deixando a razão existir dentro do seu coração. permitiu-se presenciar centenas de pequenos milagres da vida acontecendo diante de seus olhos. soube então, que a beleza de cada instante está na intensidade da entrega.

entregou-se. percebeu que tudo aquilo era uma troca. troca de energias, sentimentos, olhares, toques... com um abraço sincero, um gesto de preocupação, um minuto de atenção... de dedicação... de entrega. era um exercício constante de paciência e humildade em um fluxo de vibrações initerruptas. percebeu novamente que mais recebia do que doava. e naquele momento não havia nuvem sequer no céu... que encobrisse o brilho de seu coração. sim, o milagre da vida operava nela. então, ela fechou os olhos... agradeceu imensamente por aquela oportunidade... e ainda... sem saber como aquilo tudo aconteceu... partiu.

*com todo o meu amor, carinho, dedicação e agradecimento... aos meus amigos, voluntários e assistidos... das casas andré luiz que transformam minha vida. http://www.casasandreluiz.org.br/

2 comentários:

  1. Então é assim que funciona: projeção. Projeto no outro a energia que quero que volte.

    Como tudo na vida, é um processo de aprendizado dividido em três fases (não me pergunte quem foi que criou isso e nem a nomenclatura correta, o Alzheimer bateu): contato inicial, prática e consolidação.

    A primeira vez é aos trancos e barrancos. Muito tato, muito pensamento e muita insegurança.

    A prática vai fazendo com que a experiência de aprendizado vá se tornando um processo natural.

    A consolidação é a internalização do conhecimento (a metáfora perfeita é dirigir: no início tu pensa quando deve trocar a marcha, com a prática tu passar a fazer com que isso seja natural).

    Não é diferente com essa 'projeção'. No início eu tenho que fazer um esforço hercúleo para que minhas energias se transformem em algo positivo.

    A prática faz com que isso seja natural e, quando menos espera, a vida te devolve energia (amora, carinho, dedicação e agradecimento) da forma mais positiva possível. Tipo um dia simples em que tu te perde observando um por do sol (aliás, como que se escreve por do sol, com hifen? maldita nova gramática...), um uma árvore na beira da estrada.

    O único aprendizado que foge a essa regra é o de viver: nem toda a prática nos leva à perfeição. E é isso que faz viver ser tão bom!

    E deixa a certeza para outra hora... ;)

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  2. "ou uma árvore na beira da estrada."

    E por tudo isso que nenhum dia é como outro qualquer...

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